O mundo está a ganhar a batalha contra a malária e uma potencial vacina contra a doença está a ser testada, mas segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) não se deve para já clamar vitória.
Têm sido registados enormes progressos na luta contra o paludismo uma doença transmitida por mosquitos e que é especialmente perigosa para crianças de tenra idade e mulheres grávidas.
O aumento dos fundos disponíveis durante a última década está agora a dar os seus dividendos tanto na pesquiza como no número de pessoas salvas.
Segundo a OMS, as mortes causadas pela malária baixaram em 50 por cento através do mundo e essa percentagem foi ainda maior na África subsaariana.
Um relatório recentemente publicado nas revistas cientificas refere que os pesquisadores estão a testar uma vacina que até agora demonstrou ser parcialmente eficaz.
Os cientistas dizem que uma vacina mesmo parcialmente eficaz poderia impedir um grande numero de infecções especialmente em áreas de grande transmissão.
Os testes são feitos tirando uma gota de sangue e os resultados são conhecidos em apenas 15 minutos, o que permite que os pacientes recebam rapidamente medicamentos anti-palúdicos.
Pela primeira vez muitos países podem ter como horizonte a eliminação da doença, refere a Parceria Contra a Malária, que coordena os esforços internacionais contra a doença.
Segundo a directora da Parceria Contra a Malária, Fatoumata Nafo-Traoré, apesar dos grandes progressos, muito necessita ainda de ser feito:“ Mesmo assim ainda nos faltam mais 50% dos recursos necessários para a luta global contra a malária”.
À semelhança de muitas outras pessoas envolvidas na luta contra o paludismo, Nafo-Traoré está preocupada com a possibilidade de os mosquitos em África estarem a ganhar resistências a insecticidas de baixo custo.
Por outro lado, na Ásia, mais precisamente ao longo da fronteira entre o Cambodja e a Tailândia, o parasita que causa o paludismo está na ficar resistente ao Artemisin, o principal medicamento anti-palúdico.
De acordo com os cientistas, se a resistência ao Artemisin alastrar à Índia, isso constituiria uma séria ameaça ao controlo e erradicação global da malária.
Por isso erradicar a malária necessita da vigilância e da cooperação de países vizinhos, tal como diz William Moss, especialista em paludismo do hospital Johns Hopkins nos Estados Unidos: “Se não o fizermos em conjunto, os sucessos num determinado país podem ser postos em causa por causa da importação da malária dos países vizinhos”.
A malária continua a matar todos os anos mais de meio milhão de pessoas, especialmente crianças. Segundo os peritos acabar com a doença implica o controlo dos mosquitos, a criação de melhores medicamentos e, em última análise, a criação de uma vacina eficaz.