Na Guiné-Bissau, apesar dos avanços da mulher desde a independência nacional, em 1973, a mulher queixa-se de discriminação.
A título de exemplo, num universo de 102 deputados na actual legislature, contam-se apenas oito parlamentares mulheres.
No último Governo, dos 39 membros, apenas três assumiram funções de secretárias de Estado.
Para Nelvina Barreto, da organização Miguilam - que significa "mulheres guineenses levantemos - este número revela a representatividade política da mulher na Guiné-Bissau.
“É uma fraca posição da mulher guineense no espaço politico”, diz Barreto que reconhece, no entanto, alguns avanços, sobretudo, na matéria da legislação sobre o combate à descriminação da mulher nomeadamente, a aprovação, em 2011, da lei sobre a equidade e igualdade do género, assim como a lei que penalizada a violência baseada no género.
Mentalidade do homem
A activista lembra, no entanto, que o papel da mulher guineense continua a ser confinado à garantia da sobrevivência da família.
“É ela que garante que os filhos vão à escola, é pai e mãe, membro da comunidade e quando se dedica a isso resta-lhe pouco tempo para se ocupar de outras coisas. Ela está no campo, é ela que trabalha, encarrega-se de ir buscar água, cuidar dos filhos…”, acrescenta Nelvina Barreto.
Leitura semelhante tem Cadi Seide, oficial militar na reserve e antiga ministra da Defesa e de Saúde.
Apesar de ter chegado ao poder, Seide não se convence de que as coisas melhoraram.
“Eu diria que o primeiro entrave radica na mentalidade do homem guineense, em como a mulher não tem capacidade de poder ascender e que a mulher deve dedicar-se à família e assuntos sociais, em vez de assumir as responsabilidades mais altas, mas isso é um mito”, assegura a antiga ministra.
Para assinalar a data, muitas associações de mulheres guineenses promovem acções de reflexões sobre o papel da mulher guineense na esfera de decisões.