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Mulheres e manifestações em Angola


Marcha contra criminalização do aborto em Luanda
Marcha contra criminalização do aborto em Luanda

Repressão policial é apontada como principal causa pela fraca participação em protestos

A criminalização do aborto, sem qualquer excepção, levou as mulheres a organizar um protesto no passado sábado, 18, em Angola, que não teve qualquer represália policial.

É a primeira manifestação contra uma posição do partido maioritário a não ser reprimida nos últimos tempos, o que levantou algumas interrogações.

Entre elas, por que as mulheres não aderem a protestos contra a corrupção e a má governação do país.

Mulheres angolanas e as manifestações - 2:40
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Nito Alves, preso e amnistiado no processo dos 17 activistas, e presente da manifestação do passado sábado contra a criminalização do aborto, afirma que respeita a liberdade das mulheres de irem ou não às manifestações, mas diz que, na sua maioria, elas têm medo de “apanhar da polícia”.

Laurinda Gouveia, outra activista do grupo dos 17 e que foi torturada pela polícia por filmar jovens que se manifestavam contra o Presidente da República no Largo Primeiro de Maio a 23 de Novembro de 2014, questiona se as mulheres não conseguem se impor nos lares, como vão se impor junto de um regime que agride todo o manifestante.

“Nos lares as mulheres não têm voz, não conseguem enfrentar o marido e vão conseguir enfrentar um Governo “eduardista”, que agride e muitas vezes mata?” pergunta a activista.

Por seu lado, Sizaltina Cutaia, uma das organizadores da manifestação de sábado, discorda da ideia de que as mulheres não querem participar em manifestações contraa corrupção ou má governação.

Para Cutaia, a causa é outra: tanto homens como mulheres temem a repressão policial e, por isso, não há muita adesão, nem de homens nem de mulheres, nas manifestações contra a corrupção ou má governação.

“...todas as formas de manifestação têm sido reprimidas”, sublinha.

Sizaltina Cutaia lembrou também que em Angola as manifestações que não são reprimidas são apenas as dos partidos políticos, igrejas e de movimentos ligados ao MPLA.

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