A sugestão do senador do Texas, Ted Cruz, de que o policiamento dos bairros muçulmanos deve ser reforçado causaram desagrado entre os muçulmanos nos Estados Unidos
A comunidade islâmica americana reagiu às declarações de um dos candidatos presidenciais do lado dos republicanos, que sugeriu reforço do policiamento em bairros muçulmanos, na sequência dos ataques à bomba na Bélgica no início da semana.
"Eu creio que ele devia pensar no que diz primeiro. E é bom também ver que há muita gente má em todos os Estados Unidos. Há muita coisa a acontecer, não só por parte dos muçulmanos", disse Guss Zayat.
"Quando eles forem para o Congresso com leis que dizem atenção aos muçulmanos ninguém vai permitir algo como isso. É contra os valores americanos. Os americanos não são assim", acredita Wathiq Bilbeisi.
Cruz também pediu que seja congelada a admissão em território americano de quaisquer refugiados vindos de países com contingentes da Al-Qaida e jihadistas do Estado Islâmico.
Para Cruz, a polícia americana deve ter a autoridade para patrulhar os bairros muçulmanos antes que eles se tornem radicalizados.
Donald Trump, que lidera a corrida republicana à Casa Branca, já havia pedido que fosse temporariamente banida a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos, e considerou o apelo de Cruz uma boa ideia.
Hillary Clinton e o Presidente Americano Barack Obama condenaram as declarações de Cruz.
Obama disse que os Estados Unidos podem e irão derrotar o Estado Islâmico e rejeitou a ideia de que muçulmanos nos EUA devem ser vigiados de forma especial.
Nos seus comentários mais extensos sobre os ataques de terça-feira em Bruxelas, no qual homens-bomba do Estado Islâmico mataram pelo menos 31 pessoas e deixaram 260 feridos, Obama disse que os EUA estavam oferecendo toda assistência para ajudar a Bélgica a levar os responsáveis à Justiça.
“Nós vamos continuar a ir atrás do Estado Islâmico de forma agressiva até ele ser removido da Síria e removido do Iraque e estiver finalmente destruído", disse Obama em entrevista conjunta com Mauricio Macri, Presidente da Argentina,durante a sua visita a Buenos Aires.
Obama afirmou que a razão pela qual não tem havido mais ataques nos EUA é que a comunidade muçulmana norte-americana é patriótica e integrada, não se sente num gueto e não deve ser tratada de forma diferenciada para que não se criem anti-corpos.