O partido no poder em Angola, o MPLA, arrisca-se a pagar uma “factura muito elevada” nas próximas disputas eleitorais, se insistir na repressão das manifestações de jovens descontentes e não optar pelo diálogo para resolver as reivindicações sociais da população, defendem analistas ouvidos pela VOA.
Várias manifestações pacíficas de jovens têm sido fortemente reprimidas pela polícia tendo já havido o registo de pelo menos uma morte como consequência da acção da corporação, de acordo com familiares da vítima.
Para o analista Ilídio Manuel, a forma musculada como o Governo tem gerido as reivindicações "com aqueles que têm o poder das ruas” pode fragilizar as futuras ambições políticas do partido que o sustenta .
Aquele analista considera que nem mesmo o conhecido Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) , descrito como a "nova coqueluche de propaganda eleitoral do MPLA", será suficiente para evitar “uma pesada derrota nas urnas”.
Também o analista Bernardo Castro considera que as chances do partido no poder de vencer as eleições autárquicas, que ainda não foram convocadas, continuam a ser “muito remotas” .
“As comunidades caíram num empobrecimento crónico e perderam a esperança”, adverte.
Há mais manifestações previstas para as próximas semanas.