O MPLA vai à frente dos resultados das eleições de quarta-feira em Angola com 64 por cento dos votos na primeira divulgação provisória feita pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) no fim da tarde desta quinta-feira, 24.
Depois de contabilizados 5.938.853 votos dos 9.317.294 eleitores inscritos, a CNE anunciou que a UNITA vem a seguir, com 24 por cento, CASA-CE, oito por cento, e PRS 1,37 por cento.
A FNLA e APN não chegaram a um por cento.
Nas primeiras reacções aos resultados parciais da CNE, o secretário do Bureau Político do MPLA, João Martins, afirma esperar uma vitória ainda maior.
Ouça a declaração de João Martins à VOA:
UNITA questiona
Por seu lado, a UNITA garante que os números não batem com as suas projecções e promete falar ainda nesta noite aos jornalistas.
Numa anterior declaração à VOA, antes do anúncio dos resultados parciais divulgados pela CNE, o vice-presidente da UNITA, Raúl Danda, garantia não haver qualquer possibilidade de o MPLA obter uma maioria qualificada.
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CASA-CE fala em resultados forjados
Após os primeiros resultados anunciados pela CNE, a vice-presidente da CASA-CE para Sociedade Civil, Cezinanda Teresa Xavier, refuta os números e admite que, se forem os oficiais, “são resultados forjados”.
“Não estamos de acordo com esses resultados parciais porque também estamos a fazer a nossa contagem paralela e, por exemplo, sabemos que o MPLA não pode ganhar em Luanda”, garante Xavier que denuncia plenárias de última hora.
“Sabemos que estiveram a realizar plenárias extraordinárias à ultima hora e aguardamos informações do nosso comissário”, acusa a vice-presidente da CASA-CE, revelando que a CNE não tinha previsão para fazer qualquer anúncio de resultados hoje.
“Não sabemos o que terá mudado esta postura”, conclui Cezinanda Teresa Xavier.
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"Astenção forçada", diz o PRS
O director de campanha do PRS, partido que até agora obteve 1,37 por cento dos votos, considera ser prematuro pronunciar-se sobre os resultados.
“Estamos a fazer a nossa contagem, através das actas enviadas pelos nossos delegados e iremos pronunciar mais tarde”, revela Manuel Ribanha, que destaca, no entanto, o “civismo dos angolanos”.
Ribanha aponta no entanto para a “abstenção forçada com a dispersão dos eleitores”, um assunto para o qual, diz, “o PRS sempre denunciou, mas todos deixaram a CNE fazer o seu trabalho sozinho”.
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FNLA espera
Conhecido como o “partido histórico” de Angola, a FNLA não chegou ainda a um por cento dos votos, facto que não foi comentado pelo seu porta-voz.
“É muito cedo, vamos esperar os resultados finais”, limitou-se a dizer o seu porta-voz João Bengui.
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