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Polícia dispersa centenas de antigos membros das FDS que protestavam junto da representação da ONU em Maputo


Polícia reprime marcha de homenagem a Azagaia em Maputo, Moçambique (Foto de Arquivo)
Polícia reprime marcha de homenagem a Azagaia em Maputo, Moçambique (Foto de Arquivo)

Jornalistas da STV terão sido agredidos e a câmara que operavam desapareceu

Agentes da Unidade de Intervenção Rápida da Polícia da República de Moçambique (PRM) dispersaram na noite desta terça-feira, 4, mais de duas centenas de antigos membros das Forças de Defesa e Segurança do Estado (FDS) que se encontravam acampados frente à representação da Organização das Nações Unidas (ONU) em Maputo.

Na ação, os agentes agrediram dois jornalistas da estação televisiva STV que estavam em trabalho e, segundo o jornal O País, desapareceram com a câmara que continha imagens fortes de alegada violência realizada pelas forças da ordem.

No momento, e de acordo com a mesma fonte, o porta-voz da PRM na cidade de Maputo, Leonel Muchina, dava uma entrevista exclusiva à STV e, questionado, disse não saber o que aconteceu, mas que podia ter sido um furto com intenção de manchar o trabalho da Polícia.

Por volta das 20 horas, cerca de 50 agentes, bem armados, chegaram ao local em carros e dispersaram os antigos membros das FDS que desde o dia 28 encontram-se acampanados junto da ONU em protesto pelo não pagamento, pelo Estado, das compensações devidos há mais de 20 anos, num valor que, segundo eles, ronda os cinco milhões de meticais (cerca de 78 mil dólares) cada.

Os antigos militares dizem que esse protesto decorre da falta de diálogo com o Governo que não cumpre o prometido desde o Acordo Geral de Paz assinado entre o Governo e a Renamo, antiga guerrilha, em 1992.

O grupo, no qual estão várias viúvas de antigas combatentes, ascende a cerca 1.800 pessoas.

O Governo ainda não reagiu à ação da polícia, nem aos protestos dos antigos membros das FDS.

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