Um dia depois das autoridades moçambicanas terem anunciado a morte de mais de 100 terroristas em Cabo Delgado, um analista diz que esse tipo de guerra não se vence com triunfalismo efémero, e sugere alianças estratégicas.
Gabriel Ngomane diz que “a experiência mostra que a luta contra o terrorismo é muito longa. Não basta apenas que as tropas estejam em prontidão combativa, é preciso muitos meios e muito tempo”.
Ele sublinha que a guerra contra grupos terroristas não se vence apenas com prontidão e triunfalismo efémero, é preciso que Moçambique busque alianças estratégicas.
Ngomane argumenta que “o governo deve aliar-se a países que têm experiência e, de facto, podem ajudar”.
Na terça-feira, as autoridades de defesa e segurança anunciaram a morte de 129 terroristas em várias operações em Muidumbe e Ilha das Quirimbas.
Ngomane diz que, apesar desse número ter o potencial de cair no campo da propaganda, pelo menos mostra a estratégia do governo.
“Apesar de ainda estarmos céticos acerca da veracidade dessas informações, pelo menos (o governo) já nos dá alguma satisfação acerca daquilo que é a sua estratégia militar em Cabo Delgado” avalia o analista.
Neste momento, o ministro do interior diz que a situação em Cabo Delgado está controlada e perspetiva para breve mais ofensivas triunfais.
Amad Miquidade disse que “identificamos onde o inimigo se encontra. Quais são as suas bases, quais são os seus acampamentos e os seus movimentos (...) as Forças de Defesa e Segurança estão, estrategicamente, preparando-se para mais uma ofensiva”.