Entrou na corrida como um candidato improvável e saiu como o grande vencedor de uma sessão eleitoral descrita, por quem lá esteve, como fracturante, e que acabou com a queda do então secretário-geral da Frelimo, Roque Silva, que renunciou ao cargo, após sair derrotado na corrida.
Daniel Francisco Tchapo, de 47 anos de idade, será o primeiro a entrar na história como candidato presidencial nascido depois da independência nacional, a 25 de Junho de 1975.
Quem o conhece descreve-o como sendo afável, trabalhador e comprometido com as missões em que se envolve.
Numa análise ao sucessor de Nyusi, o comentador Lucas Bussoti vê qualidades positivas, desde a postura até ao nível de responsabilidade.
“Não vejo grandes traços de autoritarismo e, sendo ele um jurista, tem conhecimento das leis e das regras constitucionais e, portanto, eu acredito que do ponto de vista da cultura política e jurídica tem uma cultura adequada para fazer face aos desafios do pais” diz.
De dentro do partido dos “camaradas” Chapo é visto como a encarnação de uma transição geracional, dos que libertaram o país do colonialismo portugês para os filhos da independência.
“Esta eleição marca o momento em que a juventude assume plenamente os passos que a Frelimo deve dar” classifica Caifadine Manasse, antigo porta-voz do partido.
“É uma transição geracional. Processos como estes levam o seu tempo, mas está a acontecer” afirma Samora Machel Jr., que era um dos candidatos manifestos, mas que acabou preterido.
Citados pela imprensa moçambicana, alguns analistas aguardam o início da campanha para ver a visão de Chapo.
Na sua primeira intervenção após eleição, Daniel Tchapo, prometeu congregar todos os setores da sociedade para trabalhar pela vitória eleitoral no dia 9 de Outubro.
“Vamos trabalhar com base no programa da Frelimo para a vitória no dia 9 de Outubro. Vamos trabalhar com todos os extractos sociais sem nenhuma excepção”, salientou.
No seu discurso de ocasião, o presidente da Frelimo, Filipe Nyusi, disse que a eleição de Tchapo encerra, também, “as especulações sobre o terceiro mandato”, realçando que do seu governo nunca esteve em cogitação.
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