Analistas defendem mudança legislativa nos critérios de atribuição do título de herói nacional, porque, dizem, actualmente o título está partidarizado e está, na prática, restrito a acções ligadas ao belicismo.
De acordo com a Constituição da República o título Herói Nacional é atribuído em reconhecimento de actos relevantes, que tenham exigido sacrifício, coragem, audácia e abnegação.
Até ao momento, o título tem, na maioria dos casos, sido atribuído a figuras com participação activa na luta de libertação nacional, e para mudar este paradigma, o professor de história contemporânea de África, Ismael Mussa, diz que é necessária uma reforma legislativa.
"É chegada a altura de nós alargarmos um pouco mais este leque de heróis e revermos a própria lei de atribuição de títulos. Por exemplo, devíamos atribuir o título de heróis a outro tipo de pessoas, nomeadamente, um enfermeiro ou médico que se tenha destacado na questão da COVID-19, professor que se destaque na qualidade de ensino, dentre outros" sugere Mussa.
Quem também defende o alargamento de critérios de atribuição do título a outras áreas é o presidente do Partido Ecologista, João Massango, que frisa a necessidade de "expandir a questão da heroicidade para outras áreas sociais".
Outro aspecto que deve acabar é, segundo analistas, a partidarização deste título. Há outras figuras fora do partido no poder que devem ser reconhecidos.
"Temos personalidades de outras cores partidárias como Afonso Dhlakama, André Matsangaissa, Lurdes Mutola, Joaquim João, por exemplo, que merecem ser destacados como heróis", apontou Massango.
Refira-se que nesta quinta-feira (3) Moçambique celebrou o Dia dos Heróis Nacionais, uma data inicialmente consagrada em memória de Eduardo Chivambo Mondlane, primeiro Presidente da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), que morreu no dia 3 de Fevereiro de 1969, em Dar-es-Salam.