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Moçambique: Doentes abandonados por causa de vaga de violência


Líder da Renamo, Afonso Dhlakama
Líder da Renamo, Afonso Dhlakama

Enfermeiros e restante pessoal do hospital de Muxungue abandonaram os postos deixando à sua sorte dezenas de doentes.

Em Moçambique, o ambiente de insegurança na região de Muxungue, depois dos ataques do fim-de-semana contra um camião e dois autocarros de transporte público fez com que os enfermeiros e restante pessoal do hospital de Muxungue abandonassem as actividades deixando à sua sorte dezenas de doentes, alguns dos quais, sob cuidados intensivos.
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De acordo com fontes locais, a fuga do pessoal hospitalar surge após mais um ataque atribuído a homens armados aliados a Renamo, que no final da tarde de sábado resultou na morte de três civis, em ataques a um camião e dois autocarros de transporte público.

Os sobreviventes do ataque de sábado falaram à imprensa da experiencia vivida durante as horas do ataque.

Alguns sectores da sociedade moçambicana consideram as acções dos últimos dias, que já mataram oito pessoas, como uma pré-guerra e desdobram-se em pedidos de contenção e diálogo.

A estes apelos, juntam-se autoridades diplomáticas sediadas em Maputo.
As autoridades policiais continuam a tratar a questão como meros actos criminais. Enquanto isso, o chefe do estado-maior, Paulino Macaringue, diz que o exército nacional está em prontidão, esperando pela decisão do presidente da república, para dar uma resposta adequada aos ataques.

“Estes ataques terão a resposta que o governo achar que devem ter, com a dosagem que julgar ser necessária”, disse Macarringue, no final da cerimónia oficial alusiva ao dia da mulher moçambicana.

Crime ou pré-guerra, o facto é que a sociedade moçambicana está apreensiva. Em Muxungue, a polícia mobilizou ontem escoltas para garantir seguranças das pessoas e bens que se movimentam do norte a sul e vice-versa.

Com expectativa aguardam-se entretanto as declarações do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, que segundo fontes da Renamo, vai pronunciar-se na quarta-feira a partir da base de Citungira, em Gorongosa, onde reside desde finais do ano passado.
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