A polémica recapitalização do Moza Banco continua a alimentar acesos debates, havendo quem questione se é correcto o Banco de Moçambique, como supervisor do sistema bancário nacional ter detido, durante cerca de seis meses, o Moza Banco.
Várias questões têm sido levantadas relativamente à entrega da gestão do Moza Banco à sociedade gestora do fundo de pensões dos trabalhadores do Banco de Moçambique, denominada Kuhana, sem concurso público, incluíndo a existência de um eventual conflito de interesses.
Entretanto, para além desse aspecto, o economista Eduardo Sengo considera que o banco central, como actor, não pode deter nenhum banco, mas durante o período em que intervencionou o Moza Banco, o Banco de Moçambique era o dono daquele banco descapitalizado.
Aquele economista destacou que durante esse período, "todas as responsabilidades e deveres recaíam sobre o banco central, ou seja, se o Moza Banco tivesse falta de dinheiro, todo o dinheiro vinha do Banco de Moçambique".
O analista Tomás Rondinho diz nesmo desconhecer as reais motivações da intervenção do banco central no Moza Banco "porque, no período em que decretaram quase falência, foi o período em que o Moza Banco recebeu capitais de sócios estrangeiros".
A questão que muitas pessoas colocam é se terá sido prudente o banco central usar fundos do erário público para recapitalizar um banco privado, sem garantias de reaver esse dinheiro.
Há quem afirme que esse risco existe, mas para o analista Francisco, "não há esse risco porque o Governo usou o seu dinheiro num período muito curto".