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Movimento cívico quer levar milhares de cabo-verdianos às ruas por reformas na justiça


Cartaz da manifestação por justiça em Cabo Verde, Sokols 2017, 17 de Setembro de 2021
Cartaz da manifestação por justiça em Cabo Verde, Sokols 2017, 17 de Setembro de 2021

Sokols 2017 organiza marchas em três ilhas e na diáspora

A associação cívica cabo-verdiana Movimento Sokols 2017 promove neste sábado, 25, manifestações na capital, Praia, e nas ilhas de São Vicente e Sal a favor da reforma da Justiça e promete colocar milhares de pessoas nas ruas.

O evento, que também visa protestar contra a prisão do deputado da UCID e advogado Amadeu Oliveira, terá repercussão em algumas comunidades de cabo-verdianos no exterior.

Em declarações à VOA, o líder da associação Salvador Mascarenhas diz que se trata de uma marcha pacífica em que não serão aceites símbolos partidários porque o “objectivo é fazer ouvir a voz do povo sobre a situação da Justiça no arquipélago”, que na óptica da organização, não vai bem e precisa de mudanças urgentes.

"Esta manifestação é da sociedade civil, isso é o que sentimos quando falamos com as pessoas, e acho que vai ser a maior movimentação de sempre pela Justiça... um assunto que a todos interessa e até ao próprio Governo porque havendo muita gente nas ruas o Executivo terá maior legitimidade para promover mudanças”, defende Mascarenhas.

Filomeno Rodrigues, um dos promotores da iniciativa na capital, Praia, acrescenta que a manifestação está aberta à participação de todos que se consideram injustiçados e que querem que a justiça esteja ao serviço dos cidadãos e na salvaguarda dos seus direitos.

Facto Amadeu Oliveira

Outro motivo das marchas é a solidariedade para com o deputado e advogado Amadeu Oliveira, que se encontra preso preventivamente em São Vicente, e que tem feito uma campanha por mudanças no sector nos últimos anos.

A propósito da prisão do deputado da UCID , o jurista, escritor e prémio Camões, Germano Almeida, diz que pelo que é acusado, Oliveira nunca devia estar na cadeia.

No entanto, reconhece que o parlamentar pode estar a incorrer em crime quando insulta os juízes do Supremo Tribunal de Justiça.

" Aí sim, podia justificar a prisão e possível condenação, agora da forma como foi e os motivos evocados não têm nenhuma justificação jurídica", acrescenta Almeida, para quem a prisão de Amadeu faz lembrar as "medidas de segurança do tempo do fascismo".

O líder da associação ainda exortou os cabo-verdianos no exterior a se concentrarem em frente às embaixadas de Cabo Verde para manifestar a sua indignação ante a situação actual da Justiça.

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