Presos na cadeia do Lwena, na província angolana do Moxico, amotinaram-se no final da semana passada para protestarem contra a lentidão dos seus processos de libertação e contra a falta de condições na prisão.
Os reclusos partiram lâmpadas, janelas, portas e electrodomésticos durante o protesto mas não se registaram vítimas, revelaram agora os responsáveis.
O superintendente-chefe prisional da cadeia do Lwena Gabriel António disse que há reclusos condenados a pena maior que já “trataram os seus documentos para saírem em liberdade condicional e até já pagaram as multas, mas o tribunal ,através do juíz-presidente, insiste que os reclusos têm que pagar a indenmização”.
Um recluso, António Morembo, contou que ele já cumpriu os seus dois anos de prisão “mas continuo preso”.
“Porque não me soltam?”, interrogou.
Presos condenados a longas penas de prisão queixam-se também de não receberem qualquer tipo de formação.
Um deles, identificado apenas pelo nome de Mimoso, disse ter sido condenado a 13 anos de prisão e vai "sair daqui sem nada, sem aprender nada"
“Vou fazer o quê na sociedade?”, perguntou Mimoso.
Outro preso de nome, Moutinho, afirmou ter já cumprido oito anos de prisão mas nunca "teve qualquer formação profissional, nem formação académica”.
“Como vai ser a minha vida?”, perguntou, acrescentando que quando sair da prisão “a tendência é cometer crime e voltar à cadeia”
O vice-governador do Moxico Carlos Alberto Masseca disse que a meta como Governo é de ajudar, mas prometeu fazer chegar a inquietação dos reclusos que no seu entender tem razão de ser, aos órgãos de justiça para que a legalidade seja reposta.
Quanto à formação técnica e profissional, Carlos Alberto Masseca garantíu que o Governo, através do INEFOP, dará brevemente resposta à solicitação dos reclusos.
No estabelecimento prisional do Lwena estão mais de 300 reclusos