O antigo Presidente da Tunísia, Zine al-Abidine Ben Ali, morreu nesta quinta-feira, 19, na Arábia Saudita, para onde se exilou em Janeiro de 2011, depois de fugir do país na sequência da chamada Primavera Árabe que o afastou do poder.
"Ben Ali acabou de morrer na Arábia Saudita", disse o advogado dele, Mounir Ben Salha à Reuters por telefone.
Antigo chefe dos Serviços Secretos, Ben Ali assumiu o poder, enquanto primeiro-ministro, em 1987, quando declarou o Presidente vitalício Habib Bourguiba clinicamente inapto para governar.
Durante 23 anos no poder, ele reprimiu toda a forma de dissidência política e promoveu um rápido crescimento económico que, no entanto, permitiu o aumento de desigualdades grotescas e uma corrução por parte da sua família.
A fotografia dele era obrigatoriamente exibida em todas as lojas, escolas e escritórios do Governo, desde balneários da costa do Mediterrâneo até as vilas empobrecidas e cidades mineiras do interior da Tunísia.
Nas poucas ocasiões em que permitiu a realização de eleições, ele enfrentou apenas uma oposição nominal e venceu sempre com mais de 99 por cento dos votos.