O cartoonista argentino Quino, criador de Mafalda, a menina curiosa e perspicaz que usou o humor e a ironia para exigir mais democracia no país em crise, morreu aos 88 anos, informou seu editor na quarta-feira.
Joaquín Salvador Lavado, mais conhecido como Quino, recentemente sofreu um derrame e, apesar dos médicos terem conseguido estabilizá-lo temporariamente, o seu estado piorou, informou a media local.
"Quino morreu. Todas as pessoas boas no país e no mundo ficarão de luto por ele", disse no Twitter Daniel Divinsky, o seu editor de longa data.
Quino criou Mafalda, uma menina argentina de cerca de cinco ou seis anos, com cabelos pretos protuberantes e fortes opiniões políticas. A banda desenhada foi publicada em 27 idiomas.
Ele foi capaz de usar a aparente inocência de Mafalda para espalhar críticas contundentes às ditaduras que assolaram a América Latina a partir dos anos 1960, incluindo a ditadura militar da Argentina de 1966-1973.
Depois de um golpe fracassado de 1987 contra o presidente Raul Alfonsin, Quino publicou um cartoon de Mafalda dizendo "Sim à democracia! Sim à justiça! Sim à liberdade! Sim à vida!"