O escritor chileno, mais vendido, Luis Sepúlveda morreu num hospital no norte de Espanha, cerca de seis semanas após testar positivo para o coronavírus, informou sua editora nesta quinta-feira, 16 de abril. Sepúlveda tinha 70 anos.
"O escritor Luis Sepúlveda morreu em Oviedo", disse um comunicado de Tusquets, de Barcelona, acrescentando que "lamentou profundamente sua perda".
Mais conhecido por "O Velho que Lê Histórias de Amor", Sepúlveda foi exilado do Chile em 1977 pela ditadura de Pinochet e viajou extensivamente antes de se estabelecer na Europa na década de 1980.
O escritor começou a mostrar os sintomas da COVID-19 em 25 de fevereiro, depois de regressar de um festival no norte de Portugal e foi levado ao hospital em Oviedo, na região norte das Astúrias, onde vivia há mais de 20 anos.
A 10 de março, os jornais locais informaram que ele estava em estado crítico, mas desde então, nenhum detalhe adicional foi divulgado a pedido da família.
"Os profissionais de saúde deram tudo para salvar sua vida, mas ele nunca superou a doença. Meus pêsames à esposa e à família", twittou Adrian Barbon, presidente da região das Astúrias.
Entre as várias mensagens de condolências partilhadas nas redes sociais, destacamos a da Fundação Saramago, que publicou uma fotografia de José Saramago e Luís Sepúlveda, acompanhada de uma carta escrita por Saramago datada de 2001, em que o Nobel da Literatura se solidarizava com o escritor chileno.
Nascido em outubro de 1949 em Ovalle, norte da capital chilena, Santiago, Sepulveda tornou-se ativista político quando jovem, primeiro na Juventude Comunista do Chile e depois nos socialistas.
Em 1973, ele foi preso pelo regime de Pinochet, acusado de traição, por dois anos e meio, mas foi libertado depois que a Amnistia Internacional interveio, passando um tempo fugindo antes do exílio em 1977.
Luís Sepúlveda escreveu cerca de 20 romances, crónicas, histórias e livros infantis, conhecidos por seu humor simples e representações da vida na América Latina, e foram traduzidos para vários idiomas.
c/AFP