O jornalista angolano e membro do Conselho da República Ismael Mateus morreu na madrugada desta terça-feira, 1, em Luanda, vítima de acidente de automóvel.
O acidente aconteceu por volta das 05:40 na avenida 21 de Janeiro, sentido Gamek-Aeroporto.
Ismael Mateus Sebastião, natural de Bengo, província de Luanda e de 60 anos de idade, além de jornalista, foi conselheiro do Presidente da República, quadro da ENDIAMA, escritor e docente universitário.
Considerado um dos decanos do jornalismo angolano, Mateus trabalhou na Rádio Nacional de Angola, na Rádio Luanda Antena Comercial, entre outros, e nos últimos tempos era comentador na TV Girassol e colunista no Novo Jornal.
Na atividade corporativa, foi secretário-geral e um dos fundadores do Sindicato dos Jornalistas Angolanos e estava a trabalhar agora, com outros colegas, na realização de um congresso dos jornalistas angolanos.
Na sua página, o Presidente da República disse ter recebido com profunda consternação "a notícia do trágico acidente que vitimou Ismael Mateus, ativo membro do Conselho da República e jornalista, radialista e escritor de grande gabarito".
João Lourenço destacou que "Angola perde um inteletcual que, na sua ação interventora na vida pública, sempre soube aliar um elevado sentido crítico com o civismo e o respeito pelas instituições democráticas" e com "essa postura responsável era um exemplo para as gerações mais jovens, que viam nele um mestre e um modelo a seguir".
Entre os colegas da classe, o também membro do Conselho da República e diretor do Novo Jornal, Armindo Laureano, afirmou que Ismael Mateus era "um jornalista de mão cheia e muito preocupado com esta profissão”.
Por seu lado, o diretor do Expansão, João Armando, destacou que Ismael Mateus "tinha uma enorme capacidade de realização, o que por vezes não é fácil de encontrar na nossa classe" e pontualizou que “era coerente com os seus valores e convicções, não fazia fretes”.
A jornalista e presidente da Comissão de Carteira Ética (CCE), Luísa Rogério, assinaloiu que, “embora nunca tenhamos trabalhado na mesma redacção, eu sempre considerei Ismael Mateus o meu chefe de redação paralelo".
Ismael Mateus era também membro da União dos Escritores Angolanos.
Entre outras colaborações dispersas, publicou o seu primeiro livro “Bué de Bocas”, em 1992, mais tarde lançou “Ascensão e Queda de Bartolas Matias”, no ano 2000, por ocasião do 25º. aniversário da Independência Nacional coordenou a coletânea de textos “Angola, a festa e o luto”, em 2001 publicou “Os tempos de YaKalaya”, no ano seguinte deu à estampa “Unita, que futuro?” e em 2003 publicou “Sobras de guerra”.
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