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Moradores de Luanda denunciam "esquadrões da morte" e autoridades prometem investigar


Cidade de Luanda
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Porta-voz do Serviço de Investigação Criminal diz que as autoridades estão a investigar as causas e os culpados dos assassinatos.

Nos últimos meses, o aumento dos relatos de assassinatos em Luanda continua a gerar preocupação e medo em Luanda, com os residentes a denunciarem a existência de supostos "esquadrões da morte".

O Serviço de Investigação Criminal (SIC) diz desconhecer os autores desses assassinatos, mas o porta-voz da corporação anunciou recentemente que está a investigar as mortes.

Moradores de Luanda denunciam existência de "esquadrões da morte" e autoridades prometem investigar
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O país tem sido marcado nos últimos dias por inúmeros casos de assassinatos de jovens com idades entre 17 e 29 anos.

Analistas políticos ouvidos pela Voz da América dizem que os esquadrões da morte são grupos paramilitares que operam fora do sistema judicial, e que, em alguns casos, podem estar ligados às forças da segurança do Estado.

Apontam também que esses grupos surgem num contexto de fragilidade institucional e corrupção e podem estar associados a execuções extrajudiciais e intimidação política.

O jurista e analista político Manuel Cangundo enfatiza a ligação desses grupos às forças de segurança e às práticas de repressão.

“Essas mortes denunciam de facto que existe esse esquadrão da morte e que ninguém pode negar isto, porque senão nós não teríamos essas mortes em séries. E como deve calcular, esse esquadrão da morte deve estar a atuar presumivelmente a mando ou então ao abrigo de uma ação, porque normalmente esses atos são sempre atribuídos a elementos ligados ao Serviço de Investigação Criminal, como estando a punir as pessoas com a morte", sustenta Cangundo.

Por seu lado, o professor de direito e analista político Agostinho Canando argumenta que estas ações apontam para a existência de comandos mesmo não existindo um claro esquadrão da morte, devido à ausência de uma resposta clara e eficaz das autoridades sobre os assassinatos.

Canando destaca a impunidade e a falta de transparência nas investigações como indicadores preocupantes sobre os objetivos desses grupos.

“Essas execuções sumárias têm um mandante, tem, é necessário haver uma investigação imparcial, mas imparcial mesmo, no verdadeiro sentido da palavra, quem são esses mandantes, porque há uma necessidade de se estancar essas mortes por execuções sumárias”, diz Canando.

A crescente violência e os assassinatos de jovens têm gerado um clima de medo e desconfiança, levando a sociedade a questionar a eficácia das instituições e a demandar uma investigação aprofundada e imparcial sobre o assunto.

O superintendente Manuel Halaiwa, porta-voz do Serviço de Investigação Criminal (SIC), disse à Voz da América que as autoridades estão a investigar as causas e os culpados desses.

“Como sabe, o Serviço de Investigação Criminal tem missões próprias no âmbito da prevenção e repressão à criminalidade. Sempre que ocorrem factos criminais, sobretudo dessa natureza, no caso de homicídios, o que nós fazemos é, portanto, abrir o competente procedimento criminal. Os cadáveres eventualmente encontrados são removidos para a perícia médico-legal ou a chamada inspeção médico-legal", explicou Halaiwa, que reconheceu que "determinadas circunstâncias da morte chocam-nos a todos, chocam a sociedade".

Aquele responsável concluiu, no entanto, que "o SIC vai continuar empenhando a sua tarefa, vai ser implacável com todos aqueles que enveredarem por estes caminhos”.

Refira-se que, além do Zango, no município de Viana, corpos foram igualmente encontrados no mês de julho, nos municípios de Cacuaco, Cazenga e Icolo e Bengo.

Há duas semanas, a Associação Justiça Paz e Democracia apelou à intervenção da Assembleia Nacional para esclarecer os assassinatos.

Há alguns anos, o investigador Rafael Marques denunciou a existência de execuções sumárias em Luanda, através do relatório intitulado “O Campo da Morte” em que denunciava a existência de esquadrões da morte Luanda.

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