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Mondlane desafia PR a um diálogo virtual, polícia e organização cívica divergem sobre número de mortos


Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique (esq), e Venâncio Mondlane, candidato presidencial (dir), Moçambique
Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique (esq), e Venâncio Mondlane, candidato presidencial (dir), Moçambique

Manuel Araújo, da Renamo, convoca manifestações na Zambézia até o anúncio dos resultados pelo Conselho Consitucional

O candidato presidencial Venâncio Mondlane, segundo colocado nas eleições de 9 de outubro em Moçambique, de acordo com os resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), desafiou o Presidente da República a um diálogo virtual, aberto ao público, depois do encontro marcado agendado por Filipe Nyusi com os quatro candidatos ter fracassado devido à ausência de Mondlane.

O desafio foi feito nesta quinta-feira, dia em que o autarca de Quelimane, Manuel Araújo, da Renamo, convocou protestos a partir de amanhã, 6, até ao anúncio dos resultados definitivos pelo Conselho Constitucional.

Entretanto, a Polícia da República de Moçambique (PRM) e a organização não governamental Decide apresentam números diferentes sobre vítimas mortais e feridos no primeiro dia da onda de manifestações anunciada por Venâncio Mondlane, denominada 4x4, que começou ontem.

Mondlane desafia PR a um diálogo virtual, polícia e organização cívica divergem sobre número de mortos
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"Peço ao Presidente da República de Moçambique que a gente tenha um encontro virtual, o senhor em Moçambique, eu onde estou. Vamos virtualmente falar. Isso é possível. E se possível, esse encontro virtual que seja transmitido, que seja mostrado ao público, estou disponível, estou ansioso para que a gente tenha um encontro virtual", afirmou Mondlane nesta quinta-feira, 5, numa intervenção ao vivo nas redes sociais.

O Presidente da República não reagiu ainda.

Também hoje, o presidente do município de Quelimane, capital da província da Zambézia, manifestações gerais em toda província a partir de amanhã, 6, até à proclamação dos resultados pelo Conselho Constitucional.

Araújo, não reconhece os resultados das eleições e destaca na nota que os protestos são um "constitucional".

"Mais uma vez, a Zambézia escolheu a Renamo para liderar os destinos desta província e não permitiremos que a vontade soberana do nosso povo seja obliterada por quaisquer artimanhas ou manipulações", disse Araújo.

Números diferentes

Entretanto, quanto aos confrontos no dia de ontem, no arranque de mais uma onda das manifestações convocadas por Mondlane, o porta-voz da PRM disse que cinco pessoas foram assassinadas, três ficaram gravemente feridas e 20 foram detidas, enquanto 22 escolas secundárias e cinco esquadras da Polícia foram vandalizadas

Orlando Mudumane acrescentou que crianças, adolescentes e pessoas dementes ou embriagadas estão a ser usadas nos "supostos protestos que não respeitam a legislação e o Estado de Direito".

 Moçambique: PRM diz que protestos não respeitam legislação
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Números diferentes tem a organização não-governamental Decide que indicou que pelo menos 12 pessoas morreram e outras 34 foram baleadas ontem, sendo sete das vítimas mortais em Nampula, uma em Maputo, duas em Cabo Delgado, uma em Inhambane e outra em Sofala.
A organização lembra que a estes casos somam-se a outros 76 mortos e 240 feridos por bala desde o dia 24 de outubro.

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