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Mondlane convoca manifestação de sete dias e ministro acusa-o de manipular a opinião pública desde a África do Sul


Venâncio Mondlane, candidato presidencial, Moçambique
Venâncio Mondlane, candidato presidencial, Moçambique

“Manifestação nacional contra o assassinato do povo” é como o candidato presidencial moçambicano Venâncio Mondlane designou o lema na terceira fase da manifestação nacional que convocou para decorrer de 31 de outubro a 7 de novembro em protesto contra os resultados eleitorais e o assassinato de dois assessores dele.

Ele não está aqui agora, está na África do Sul, mas de lá comanda"

O candidato apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos) fez o anúncio nesta terça-feira, 29, numa intervenção ao vivo na rede social Facebook, que teve mais de 166 mil visualizações durante a transmissão.

Pouco tempo depois, o ministro do Interior afirmou aos jornalistas que Mondlane está na África do Sul a incentivar as manifestações e que "como usuários dessas redes sociais, não devíamos permitir isso, porque manipula a opinião pública e causa destruições".

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Ao fazer a convocatória para a manifestação, Mondlane revelou que um renomado empresário lhe contactou para que "aceitasse as migalhas" que a Frelimo pretende lhe dar porque "já assinaram altos contratos com as grandes multinacionais globais e que esta luta seria inglória".

Sem recuar, o antigo deputado apelou os moçambicanos a consentirem sacrifícios para um bem maior e disse que já chegou a hora da mudança ou salvação da pátria.

“Temos que fazer alguma coisa por este país. Vamos manifestar junto das instituições eleitorais. Vamos paralisar tudo por uma semana. Não serão os estrangeiros que vão nos libertar da Frelimo (…)”, pediu Mondlane.

Entretanto, uma hora mais tarde, Pascoal Ronda acusou Mondlane de "comandar", a partir da África do Sul, a "manipulação da opinião pública".

"Os senhores sabem, nós sabemos, o Venâncio Mondlane é o autor moral destas manifestações. Ele é que move com isto. Ele não está aqui agora, está na África do Sul, mas de lá comanda, usa as redes sociais, em que nós, como usuários dessas redes sociais, não devíamos permitir isso, porque manipula a opinião pública e causa destruições", afirmou o ministro do Interior aos jornalistas.

No Ministério do Interior, em Maputo, Ronda acrescentou que "há muita família que está a chorar pelos danos que são causadas, pessoas que são arrastadas a participar disso, mas depois, mais tarde, é que se arrependem disso".

"O que é que ganhamos com isso? Para quê", concluiu o governante.

O clima de tensão entre Venâncio Mondlane e as autoridades mantém-se alto, tendo a polícia aberto uma queixa-crime contra aquele candidato presidencial, por ataques à polícia, ao mesmo tempo que o Podemos pediu ao Conselho Constitucional a recontagem dos votos que, segundo a Comissão Nacional de Eleições, deram a vitória ao candidato da Frelimo à Presidência da República, do partido da independência no Parlamento e a nível dos governos provinciais.

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