Analistas dizem que faz todo o sentido que tropas de Moçambique e Ruanda intensifiquem o esforço de protecção da vila de Mocímboa da Praia, por ter um alto valor estratégico.
Tal esforço é face à tentativa dos insurgentes de recuperar a estratégica vila costeira, retomada por aquela força conjunta, em 2021, após meses sob controlo do grupo terrorista.
Ataques terroristas têm sido reportados em alguns locais de Mocímboa da Praia, sendo um dos mais recentes a incursão à aldeia Mitope, em Agosto findo.
Recentemente, o comandante da polícia em Mocímboa da Praia, Alberto Mussa, disse que o controlo da costa marítima inclui a proibição da pesca comercial, para evitar que os jihadistas se aproveitem dessa actividade para se infiltrarem na vila de Mocímboa da Praia.
Para o jornalista e analista político Fernando Lima, tudo deve ser feito para evitar que Mocímboa da Praia volte a ser ocupada pelos jihadistas, porque a vila tem um valor estratégico muito importante por causa do porto e da pista de aviação.
Muitas pessoas questionam até que ponto as tropas moçambicanas estão preparadas para garantir a protecção da vila, uma vez que os ruandeses um dia vão ter que regressar ao seu país.
Lima afirma que o Governo de Moçambique e os seus aliados, "têm que dar uma resposta muito cabal a esta questão, porque se não forem dados passos na consolidação das forças armadas nacionais, todo o esforço terá sido em vão".
O sociólogo e analista político Moisés Mabunda, diz por seu turno, ter estranhado algum triunfalismo depois da recuperação de Mocímboa da Praia, que, no seu entender, está e sempre esteve longe de significar o fim dos ataques terroristas àquela vila, "porque retomar a vila não é tudo".
