Moçambique pode vir a perder a sua base de receitas com a sua entrada na Zona de Livre Comércio Continental se não proteger a sua indústria.
O acordo que prevê lançar a Zona de Livre Comércio Continental foi assinado esta semana, em Kigali, Rwanda, pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.
Analistas afirmam que, normalmente, a abertura ao comércio beneficia os consumidores, uma vez que há um conjunto de bens que entram no país isentos de tarifas.
Mas o economista Constantino Marrengula entende que esta abertura também exerce pressão sobre as empresas domésticas a melhorarem a sua eficiência, numa perspectiva de longo prazo.
Para aquele especialista, o problema da integração é que em África, os países não são homogéneos do ponto de vista de desenvolvimento.
Ele lembra que existem a África do Sul, o Quénia, o Egipto e a Nígéria com economias relativamente desenvolvidas, que podem sufocar as economias mais fracas.
Constantino Marrengula sublinha que Moçambique e outros países africanos atrasados têm que estar preparados para pagar os custos da integração e devem transferir alguns recursos para amortecer os impactos negativos desta iniciativa, nomeadamente, o desemprego e a perda de receitas.
Entretanto, para o ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, José Pacheco, este acordo traz muitas ventagens.