A ex-primeira-ministra de Moçambique, Luísa Diogo, diz que a tensão militar está a tornar insustentável a execução de políticas económicas, sobretudo por causa da sua sensível localização.
O comentário de Diogo surge numa altura em que cresce, na sociedade, a convicção de que só uma emenda constitucional poderá resolver este conflito.
Falando à margem de um acampamento internacional, que reúne dezenas de jovens em Boane, província de Maputo, Luísa Diogo afirmou que o sector empresarial é o mais afectado pela tensão militar.
Para a antiga governante, é fundamental que este conflito seja resolvido, com urgência, sob pena de a economia ficar cada vez mais debilitada e com graves implicações no domínio social.
"Os impactos são grandes, pelo que é necessário que a situação se resolva, porque um país que não tenha estabilidade, em termos de segurança, sempre tem os seus impactos na execução dos programas e das políticas económicas", afirmou.
Vários debates sobre como acabar com este conflito têm sido realizados um pouco por todo o país, em que se avançam diferentes ideias, com destaque para a revisão da Constituição.
O académico Julião Cumbana diz que a boa maneira de resolver esta questão, seria talvez, considerar a alteração da Constituição para uma situação em que os lugares do Governo são reservados, pela Constituição da República, aos três partidos mais votados nas eleições gerais ou aos três candidatos presidenciais mais votados nessas eleições.
Esta semana, o líder da Renamo apontou a revisão da Constituição como solução para a sua exigência de governar as províncias onde reclama vitória nas eleições gerais de 2014.
Em Julho findo, a bancada parlamentar da Renamo votou contra uma proposta das bancadas da Frelimo e do MDM para a revisão da Constituição.
Presentemente, o diálogo político entre o Governo e a Renamo está suspenso, a pedido dos mediadores.