A indústria açucareira moçambicana poderá falhar a meta de produção para este ano por causa da seca que afecta as regiões centro e sul do país, colocando em causa o plano do sector para produzir 500 mil toneladas nos próximos anos.
O director executivo da Associação dos Produtores de Açúcar de Moçambique (APAMO), João Jeque, disse que em 2015 o sector produziu cerca de 330 mil toneladas de açúcar, mas considerou que este ano, não será possível produzir esta quantidade.
O responsável associativo afirmou que, devido à seca, as áreas de produção de cana sacarina diminuíram bastante, afectando sobremaneira o pequeno agricultor, que vende a sua produção às grandes companhias açucareiras.
A zona centro do país, onde se localizam as açucareiras de Mafambisse e Marromeu, que empregam cerca de seis mil pessoas, é das afectadas pela seca, tendo por conseguinte, a sua meta comprometida.
Estes constrangimentos surgem numa altura em que o sector açucareiro, maioritariamente com investimento estrangeiro, espera alcançar o pico da sua produção de cerca de 500 mil toneladas de açúcar por ano.
Moçambique faz parte dos países da África, Caraíbas e Pacífico (ACP) que podem exportar para o mercado da União Europeia sem o pagamento de impostos, mas o acordo sobre a matéria está prestes a terminar, colocando mais um desafio ao açúcar moçambicano.
Em média, Moçambique produz anualmente cerca de 450 mil toneladas de açúcar, 250 mil das quais são exportadas para países da União Europeia.
Para o economista Eduardo Sengo, o país precisa encontrar formas de fazer face a este desafio, apostando, por exemplo, em multinacionais que operam em Moçambique e têm o açúcar como uma das suas matérias-primas.
O sector do açúcar emprega mais de 35 mil pessoas e gera receitas de exportação estimadas em cerca de 100 milhões de dólares por ano.