Moçambique pretende voltar, nos próximos três anos, a ser um dos maiores produtores mundiais da castanha de cajú, mas alguns economistas dizem que será necessário melhorar certos aspectos do sector agrícola.
Na década de 70, Moçambique tornou-se o maior produtor mundial da castanha de cajú, ao atingir as 200 mil toneladas deste produto de rendimento, mas a partir dos anos 80, a produção começou a baixar drasticamente. Houve anos em que a produção não atingiu 80 mil toneladas.
Alguns sectores responsabilizaram o Banco Mundial por esta queda, por ter imposto a exportação da castanha não processada para o mercado asiático.
Contudo, nos últimos anos, a produção da castanha de cajú tem estado a dar sinais de recuperação, apesar de na presente época terem sido produzidas cerca de 125 mil toneladas, das 149 mil inicialmente previstas.
Já na campanha anterior, haviam sido produzidas 140 mil toneladas, a quantidade mais alta conseguida nos últimos 30 anos.
O director do Instituto de Fomento do Caju, Ilídio Bande, considera que este é sinal de recuperação que o sector está a dar, sublinhando ter a convicção de que " nos próximos três anos, havemos de chegar aos índices que atingimos nos anos 70, de cerca de 200 mil toneladas".
Afirmou que "estamos a assistir a uma grande azáfama de novos plantios, que é o segredo de tudo, porque os cajueiros que produziram bem nos anos 70, hoje já não têm essa capacidade".
Alguns economistas dizem, entretanto, que as imposições do Banco Mundial tiveram impacto negativo no sector do caju, mas neste momento é preciso reavaliar as políticas agrárias, para que este e outros sectores possam, de facto, recuperar.