O previsto aumento do preço do pão em Moçambique está a causar inquietação no seio dos consumidores, sobretudo os de baixa renda, que têm neste produto o seu principal alimento.
Ainda não se sabe quando é que o preço do pão vai subir.
Mas Victor Miguel, Presidente da Associaçao dos Panificadores de Moçambique (AMAPAO), reafirma que essa é a solução para a crise que as empresas enfrentam, ou então, o governo volta a subsidiar a aquisição da farinha de trigo.
Embora o assusto esteja a ser discutido com o governo, Miguel deixou claro que se o preço não for reajustado, algumas padarias vão fechar, como aliás, "já está a acontecer na zona centro do país".
Miguel não revelou o número das padarias que fecharam, por causa da alegada crise, que resulta da "instabilidade do mercado internacional".
Os consumidores dizem-se preocupados, porque, a concretizar-se, será o segundo agravamento em seis meses.
"Vai ser uma situação difícil," disse Francisco Faztudo, 32 anos de idade, vendedor de sapatos usados e pai de dois filhos.
Nelson Francisco, 23 anos, vendedor de recargas de telemóveis, disse que o seu pequeno almoço e almoço é na base de pão, e se o preço subir, não sabe o que vai acontecer. "Estou muito preocupado", salientou.
Por seu turno, o jovem Dércio Custódio, 19 anos, vendedor de sandes de ovo, diz que um eventual aumento do preço do pão vai afectar o seu negócio.
Victor Miguel justifica o agravamento do preço do pão com as dificuldades que as panificadoras estão a enfrentar nos últimos tempos para manter o nível de produção, devido ao aumento dos preços da matéria-prima, adquirida, na maioria, fora de Moçambique.
Entretanto, o economista João Mosca considera que o possível agravamento não resolve o problema das panificadoras, mas, e fundamentalmente, vai agravar as condições de vida dos grupos mais vulneráveis.
Refira-se que o governo acabou com os subsídios ás panificadoras por os considerar insustentáveis.