Há vinte e cinco anos, Manuela Soeiro, inspirada num conto do escritor moçambicano Luís Bernardo Honwana, encenou “As mãos dos Pretos”, com texto de Mia Couto. Esta semana, o seu grupo Mutumbela Gogo, volta a apresentar a peça, desta feita com o a encenação de Graça Silva.
Na primeira temporada, a peça debruçava-se sobre a história dos anos de guerra e devastação que conduziu Moçambique “a uma misericórdia generalizada, colocando o país entre os mais pobres do mundo”.
Denunciava igualmente situações de conflito como o tribalismo, racismo, oportunidades desiguais.
“Os problemas são os mesmos, mas adaptamos para a realidade. A peça mostra subtilmente os problemas que afectam o país, falamos sobre o racismo, religiãos, eleições,” afirma Manuela Soeiro.
Ela acentua que “todos dizem que querem acabar com a pobreza absoluta, mas não fazem nada para isso”, mas como o “teatro faz as pessoas reflectirem,” se calhar a peça vai ajudar as pessoas que gerem o país a mudar de comportamento.
A peça, que estreou a 31 de Julho, no Teatro Avenida, em Maputo, estará em cena durante dez sessões. Do elenco figuram Adelino Branquinho e Jorge Vaz.
No dia de estreia, Manuela Soeiro, figura incontornável das artes moçambicanas, conversou com a VOA sobre a peça e seus planos imediatos, que incluem uma viagem ao Brasil, em finais de Agosto, onde será homenageada pela sua contribuição para o desenvolvimento do teatro.
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