Em Moçambique multiplicam-se as vozes que defendem que sem uma revisão da legislação, incluindo a eleitoral, vai ser difícil resolver a actual tensão militar no país. Raúl Domingos, figura incontornável no debate político moçambicano, diz serem necessárias reformas políticas profundas, sob o risco de o país voltar a mergulhar numa outra crise.
O ex-chefe da delegação da Renamo nas negociações de paz para Moçambique, em Roma, falava num debate organizado pelo Instituto Holandês para a Democracia Multipartidária, e considerou que a actual tensão militar no país é consequência de um problema político.
Para Raúl Domingos, o sistema político deve responder àquilo que é a vontade dos eleitores, expressa nas urnas.
Sobre um eventual cessar-fogo no actual conflito militar, o Presidente do Partido para Paz, Democracia e Desenvolvimento (PDD) disse que este tem de ser resultado de um acordo político.
Salomão Moiane, um dos vogais da Comissão Nacional de Eleições, é das vozes que defendem a revisão da legislação, como forma de criar condições para uma democracia representativa. "As leis foram feitas pelos homens", disse.
O Governo diz que o actual sistema político foi imposto pela Renamo nas negociações de paz, em Roma.