Jovens moçambicanos consideram irrealistas e bastante optimistas as projecções do Governo relativas à criação, este ano, de cerca de 300 mil novos postos de trabalho.
Em conversa com a VOA, vários jovens criticam a ausência de uma política efectiva de emprego, sobretudo para a juventude.
A ministra moçambicana do Trabalho, Vitória Diogo, disse que os novos empregos vão ser criados no âmbito da estratégia do Governo para reduzir o desemprego e aumentar a renda no país, sobretudo através de uma aposta na agricultura.
A governante afirmou que se a agricultura conseguir aumentar os níveis de renda, significa que as receitas e auto-remuneração também aumentam, "e o país combate a pobreza desta maneira".
"A questão dos novos empregos leva-nos a ver que está a haver muito mais criatividade e estão a surgir novos empreendedores e novas iniciativas, e quando olhamos para os serviços, também vemos que o auto-emprego aumentou", disse a governante.
Mas para o jovem Abdul Sulemane, isso não resulta de uma política de emprego do Governo, sublinhando ser necessário dar uma oportunidade "para o jovem singrar".
"Ouvi essas projecções do Governo e eu penso que são irrealistas, não temos uma política de emprego para a juventude no país", reforçou.
O também jovem Orlando Francisco diz que não sabe se um dia vai ter emprego, "mas eu me lembro que a criação de empregos para a juventude foi uma das promessas feitas pelo Presidente Filipe Nyusi durante a campanha eleitoral".
Por seu turno, Policarpo Tamele acha que uma das soluções à falta de emprego passa por dar ferramentas à juventude moçambicana, "não no sentido de dar dinheiro, mas através da criação de condições para que os jovens tenham um fundo de arranque".
As autoridades moçambicanas estimam em cerca de 30 por cento a taxa de desemprego no país, mas há quem discorde, considerando que a percentagem é mais alta do que isso.