Os governos da Moçambique e a África do Sul acordaram melhorar a estratégia de prevenção e uma resposta rápida a casos de tráfico de seres humanos nas zonas fronteiriças.
A intenção foi manifestada num encontro em Maputo, que juntou magistrados do Ministério Público, agentes da Polícia e outros actores estatais e de organizações da sociedade civil que têm estado a dinamizar os esforços de luta contra o tráfico de seres humanos.
O Grupo de Coordenação Transfronteiriça Moçambique-Africa do Sul, integrado por aqueles técnicos, tem a assistência técnica e financeira da Save The Children e coordenação da Procuradoria-Geral da República de Moçambique, que desde 2011 se vem reunindo regularmente, na tentativa de procurar encontrar soluções para o problema do tráfico e imigração insegura, especialmente de mulheres e crianças. E estão satisfeitos.
Evelina Gomane, Procuradora Provincial Chefe de Maputo mostrou-se satisfeita com os avanços, mas reconheceu que há ainda constrangimentos e preocupações, uma das quais a língua.
Na África do Sul fala-se o inglês e, lá, o português não é percebido e isso é uma grande barreira para todos os intervenientes processuais quando se está, por exemplo, perante um caso de tráfico humano.
Do lado sul-africano, também há preocupações.
Lizzy Nyoni, responsável pelo departamento que protege a criança, na província sul-africana de Mpumalanga, diz que a parceria com a contraparte moçambicana está a funcionar bem, embora ainda haja igualmente desafios.
Nyonu chamou de fraca resposta por parte das autoridades moçambicanas quando se trata de produzir relatórios e enviá-los já traduzidos para Mpumalanga.
De Janeiro a Junho deste ano, foram repatriadas e assistidas 57 crianças moçambicanas que se encontravam em situação ilegal, na África do Sul.