O governo de Moçambique diz que poderá retomar, em breve, a cooperação com o Fundo Monetário Internacional (FM), mas economistas consideram que isso está dependente da recuperação da confiança com todos os outros parceiros e de reformas económicas profundas.
O Primeiro-Ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário, anunciou para Setembro próximo, a deslocação à Moçambique de uma equipa do FMI, para tentar relançar a cooperação interrompida na sequência da descoberta de dívidas escondidas.
Aquele governante disse terem sido acordados alguns passos para o reatamento da confiança com o FMI, sem, no entanto, adiantar pormenores.
Destacou que "estamos num bom caminho, em termos de restabelecimento da confiança com os parceiros da cooperação internacional, principalmente com o FMI, que é o grande sinalizador para o exterior".
Contudo, o economista António Francisco, diz que o Estado moçambicano não perdeu a confiança apenas com o FMI, "mas com outros doadores e investidores, e vai ter que recuperar essa confiança".
Francisco afirmou ainda que, além disso, é necessário que o Estado implemente reformas económicas bastante profundas, "e esse pacote de reformas vai depender da gravidade da situação no país".
Vários parceiros de cooperação suspenderam os seus programas de apoio a Moçambique, até que seja esclarecida a questão das dívidas que tinham sido ocultadas nas contas públicas, avaliadas em cerca de 1.4 mil milhões de dólares.