Em Moçambique boletins de voto foram extraviados. Aconteceu nos últimos dias na região central do país. O extravio foi detectado pelos órgãos eleitorais em Quelimane, a capital da província da Zambézia, o segundo maior circulo eleitoral do país.
O anúncio sobre o extravio foi feito pelo Presidente da Comissão Nacional de Eleicoes, Abdul Carimo, que se reuniu esta tarde com mandatários de partidos políticos em Maputo, tendo falado depois à imprensa.
A tinta indelével foi produzida na Índia, as canetas, as borrachas e outros materiais na China, e os boletins de voto na África do Sul.
E é na África do Sul que todos os materiais, destinados às eleições gerais e provinciais em Moçambique, são empacotados e depois enviados para território moçambicano.
O envio é feito por estrada. Camiões transportam as caixas, contendo os kits, directamente para cada uma das capitais provinciais, de onde depois os órgãos eleitorais se encarregam de distribuir pelos distritos, postos administrativos e localidades do país inteiro.
E o que levava os boletins de voto para a Zambézia, na região centro-norte do país, chegou a Quelimane, a capital provincial, com 26 kits a menos, e com os selos violados.
Pensa-se que os materiais terão sido subtraídos na zona de Inchope, na província central de Manica.
O motorista e os dois agentes da polícia que protegiam o camião, encontram-se detidos.
A Procuradoria-Geral da República e a Polícia estão a investigar o caso.
A Comissão Nacional de Eleições, que esta segunda-feira se reuniu em plenária para discutir o assunto, decidiu anular todos esses boletins extraviados e já deu orientações à empresa fornecedora para produzir outros, novos, e com diferentes especificações.
Abdul Carimo, Presidente da Comissão Nacional de Eleições, falando aos jornalistas, depois de se ter reunido, em Maputo, com os mandatários dos partidos políticos, coligações de partidos e grupos de cidadãos que concorrem às eleições gerais e para as assembleias provinciais deste mês, em Moçambique.
Um encontro que serviu para transmitir formalmente o registo do incidente. Um incidente que acontece há menos de duas semanas da realização das eleições, marcadas para o dia 15 de Outubro, mas que, segundo o Presidente da CNE, não vai pôr em causa o processo eleitoral moçambicano.