“Um embondeiro nunca morre perante os nossos olhos,” escreve no facebook o actor Emídio Oliveira. E o realizador Antonio Forjaz diz “notícia triste. Estive em casa dele a filmar com o João Carlos, no fim dos anos 90, e nunca me vou esquecer. Grande homem!”
Em comunicado, o Ministério moçambicano da Cultura e Turismo descreve Mbande como “um homem humilde, de sentimentos intensos, criativo, afável e lutador, figura exemplar”.
Estas são algumas das centenas de mensagens dedicadas a Venâncio Mbande, ícone da música moçambicana, falecido dia 25, em Maputo, vítima de doença.
Mbande, cujo funeral terá lugar na terça-feira, 30, no distrito de Zavala, Inhambane, foi nas últimas décadas o maior compositor da música chopi, que tem como base o instrumento tradicional moçambicano Mbila.
Nascido em Outubro de 1933, em Chissico, Inhambane, Mbande notabilizou-se inicialmente na África do Sul, onde fora trabalhar com 18 anos. Aí, colaborou com o etnomusicólogo Andrew Tracey e levou a sua música para palcos dos Estados Unidos da América, Austrália, França, Holanda, Portugal, entre outros.
De regresso a Moçambique, em 1995, dedicou a sua vida ao fabrico do instrumento Mbila e ensino de música, em Zavala, Inhambane. Formou uma orquestra com os seus filhos e gravou discos e vídeos. Em 2014 foi distinguindo em Moçambique com a Medalha da Ordem Bagamoyo.
A Mbila (plural timbila) é um instrumento musical de percussão, do tipo xilofone, tradicional do povo chopi do Sul de Moçambique. É fabricado de placas de madeira. Os seus praticantes formam orquestras. Em 2006, o instrumento foi declarado património imaterial da humanidade pela Unesco.