O antigo chefe de estado moçambicano, Joaquim Chissano, considera que ainda é cedo para pedir perdão aos credores da divida moçambicana, que forçou os principais doadores a cancelarem a ajuda ao país.
Chissano argumentou que os meios adquiridos ainda não começaram a produzir lucros para avaliar se o pais poderá pagar.
Parte da dívida, segundo as autoridades daquele país, desrina-se à aquisição de meios para a Empresa Moçambicana de Atum. Outros montantes terão sido usados para a aquisição de equipamentos militares.
Entrevistado pela VOA, em Joanesburgo, Chissano fez referência ao clima de tensão vivido em Moçambique, na sequência do qual dezenas de pessoas foram mortas e mais de dez refugiaram-se no vizinho Malawi.
Para Chissano, o novo governo moçambicano enfrenta o dilema da falta de interlocutor do lado da Renamo, porque Afonso Dhlakama está no mato, mas não há outra saída senão o dialogo.
Chissano é presentemente enviado especial da União Africana ao Sahara Ocidental, um pais ainda sob jugo colonial de Marrocos.
Sahara ocidental e Marrocos estão ambos no continente africanos.
Sobre a questão, Chissano disse ao parlamento africano que há um impasse na referendo sobre a autodeterminação de Sahara, porque Marrocos insiste que a antiga colónia espanhola faz parte do seu território.