Os moçambicanos residentes nos Estados Unidos e no sCanadá pediram sábado, 28, em Nova Iorque, ao Presidente Filipe Nyusi a emissão de bilhetes de identidade e passaportes biométricos e a criação de um circulo eleitoral das Américas com direito a voto.
“Gostaria de solicitar que se criem condições de envio de uma brigada móvel dos Serviços de Identificação Civil e de Migração para a emissão de bilhetes de identidade e passaportes,” disse Olávio Langa, responsável da Associação da Comunidade Moçambicana nos Estados Unidos e Canadá.
Langa disse que é também preocupação da “comunidade” a supressão de vistos para os filhos menores de moçambicanos, facilidades na importação de bens no regresso ao país e a análise da questão da dupla nacionalidade.
Nyusi disse que acolhia as preocupações e prometeu análise para cada uma delas. Ele adiantou que logo que possível serão criadas condições para enviar uma brigada móvel para a emissão de bilhetes de identidade e passaportes. Quanto à criação de um círculo eleitoral disse que a questão carece de uma análise que deverá toma em conta o número de residentes e sua elegibilidade.
“Diálogo sem confiança não resulta…é passatempo”
Na ocasião, Nyusi, numa alusão indirecta à situação politica do país, repetiu que as últimas eleições foram declaradas justas e transparentes por observadores nacionais e internacionais, e o seu partido Frelimo foi escolhido pela maioria.
“Moçambique tem um inimigo só – não é aquele que alguns pensam – o inimigo é a pobreza (…) politicamente o país está estável, apesar de focos de ameaça que quase violentam o desenvolvimento económico algumas ameaças que quase violentam o desenvolvimento económico,” disse Nyusi.
Sem fazer referência à Renamo, Nyusi disse que o seu governo está aberto ao diálogo entre moçambicanos. Ele sublinhou que “temos que criar mais confiança, porque se o diálogo existir sem confiança entre as pessoas não resulta…é passatempo (…) esperamos a todo o momento ultrapassar este episódio.”
Nyusi disse aos membros da comunidade moçambicana que esses foram os pontos que apresentou numa discussão sobre a paz no mundo, integrada nos trabalhos da Assembleia Geral das Nações, na qual participa pela primeira vez.
Comunidade moçambicana recolhe material escolar
Além de reclamações, a comunidade moçambicana anunciou que até o final do ano fará a entrega de material escolar orçado em pouco mais de 2,500 dólares americanos, resultado da contribuição dos membros.
“Nós queremos fazer parte do desenvolvimento de Moçambique,” disse Langa, que a seguir pediu o apoio de Nyusi na flexibilização da isenção alfandegária, o que foi acolhido.
Langa disse à VOA que o material será entregue este ano à escolas de comunidades do sul, centro e norte do país, o que considera demonstração de que os que vivem na América estão preocupados com compatriotas de todos os cantos do país.