O Governo de Moçambique reconhece que devido à fraca capacidade de controlo, grandes quantidades de milho e de outros cereais estão a ser exportadas ilegalmente para os países vizinhos, sobretudo o Malawi.
O director-geral do Instituto de Cereais de Moçambique (ICM), Momed Valá, diz que o Governo está a perder muito dinheiro por causa do comércio transfronteiriço não controlado, sendo os produtores os mais prejudicados, que muitas vezes vendem a sua produção ao desbarato.
Valá considera que "temos que ter medidas que não permitam que o Governo perca dinheiro no comércio transfronteiriço".
O responsável refere que o problema, que não pode ser resolvido com medidas administrativas, mas de mercado, não ocorre apenas na fronteira com o Malawi, como também com o Zimbabwe, Zâmbia e Tanzania.
O Instituto de Cereais de Moçambique está a identificar parceiros que possam investir na cadeia de comercialização ao longo das zonas transfronteiriças, para evitar a saída desenfreada de produtos agrícolas.
Entretanto, as autoridades moçambicanas assumem que o comércio transfronteiriço entre Moçambique e os países vizinhos tem uma importância capital para a geração de renda e de emprego para a economia local.