O ministro moçambicano da Defesa Nacional disse recentemente que a imigração ilegal pode estar associada ao terrorismo em Cabo Delgado, realçando que Moçambique está preocupado em aferir a potencial ligação existente entre este fenómeno e os crimes que ocorrem no país, sobretudo o terrorismo.
Entretanto, alguns analistas políticos alertam que a corrupção e a vulnerabilidade das instituições podem dificultar essa tarefa.
Cristóvão Chume falava num encontro com adidos militares de diferentes países, incluindo Estados Unidos da América, e sublinhou que “temos vindo a ter sinais preocupantes, particularmente nas nossas fronteiras do norte e centro; números que por vezes são assustadores de imigrantes ilegais que entram no nosso país, usando todo o tipo de artimanhas para ter acesso ao nosso território”.
O analista político Armando Nenane diz que esse acesso é facilitado sobretudo pela vulnerabilidade de algumas instituições públicas "porque, por exemplo, nos serviços de migração, há muita vulnerabilidade e indícios de níveis de corrupção acentuados".
Há quem afirme que a imigração é encorajada também pelo facto de Moçambique ser um bom acolhedor de imigrantes, e o analista político José Machicame afirma que isso contribui, mas o grande problema é a vulnerabilidade das instituições.
"Moçambique acaba sendo um país permissivo porque, lamentavelmente, nós temos imigrantes que estão na situação ilegal e não deviam estar cá, mas devido à vulnerabilidade das nossas instituições e do nosso sistema de controlo, acabamos tendo este tipo de situações", realça Machicame.
Segundo o ministro da Defesa Nacional, muitos dos imigrantes ilegais são jovens, alguns dos quais provenientes de países sem crises políticas e outros nem estão à busca de asilo político, razão pela qual, diz o analista Lázaro Mabunda, este tema deve ser encarada com muita atenção, porque entram em Moçambique muitos estrangeiros, principalmente através da fronteira de Cabo Delgado.
Ele referiu que a imigração pode também criar condições para que os índices de corrupção aumentem no país.
Dados oficiais indicam que mais de duas mil pessoas morreram vítimas da violência armada em Cabo Delgado e outras 800 mil encontram-se em ituação de deslocadas.
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