O empresário luso-moçambicano, Ebraim Seedat, 60 anos de idade, que ficou três semanas em cativeiro, regressou esta terça-feira, 26, à sua residencia, na cidade de Chimoio, província Manica, sem nenhuma intervenção policial, segundo várias fontes próximas ao incidente.
Esta é a sexta vitima de rapto, só na cidade de Chimoio, nos últimos três anos e meio, que regressa à casa sem intervenção policial. Isso geralmente acontece após o pagamento de resgate.
“O empresário regressou ao convívio familiar na manhã desta terça-feira” afirmou o oficial da polícia Mateus Mindu, sem mais detalhes, socorrendo-se da situação “sigilosa da restante da informação”.
A vitima foi raptada a 7 de julho por um grupo de três homens armados, perto da sua residência, na rua da Zâmbia, zona nobre da cidade de Chimoio, e reapareceu no inicio da manhã , em circunstâncias que a Polícia não explica.
Um empresário das relações da vítima contou que a família foi ameaçada pela rede de tráfico a não dar detalhes sobre a transação de resgate, que os raptores chamaram de “comissão de resgate”, paga em dinheiro vivo.
Na condição de anonimato, um trabalhador da residência contou à VOA, que o empresário “estava pálido” e “visivelmente traumatizado” pelo rapto.
Numa avaliação sobre a criminalidade, apresentada no início do mês de maio, a procuradora-geral da República de Moçambique referiu que os crimes de rapto têm vindo a aumentar e os grupos criminosos têm ramificações transfronteiriças, mantendo células em países como África do Sul.
Dados da Procuradoria Geral da Republica (PGR) de Moçambique, em 2021 foram registados 14 processos-crime por rapto contra 18 em 2020, mas há outros casos que escapam ao registo oficial, sendo que na maioria o desfecho é desconhecido.