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Moçambique: Frelimo e os desafios da escolha do novo líder do partido


Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, em campanha eleitoral para as presidenciais em outubro de 2019.
Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, em campanha eleitoral para as presidenciais em outubro de 2019.

A seis meses das eleições gerais, partido no poder não abriu ainda o processo para a escolha do seu presidente

O partido no poder em Moçambique, Frelimo começou sexta-feira, 5, a reunião do Comité Central da Frelimo que, embora não tenha na agenda o debate sobre o candidato a Presidente da República nas eleições gerais de outubro, deverá indicar o caminho para a escolha do sucessor de Filipe Nyusi.

Na abertura da reunião, em Maputo, o próprio presidente da Frelimo e do país admitiu que o debate do "processo de escolha" do candidato à presidência "é prioridade" e apelou a discussões "sem receios, nem reservas".

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"Ao discutirmos a diretiva sobre a eleição de candidatos a deputados da Assembleia da República e a membros das assembleias provinciais será uma importante oportunidade para avaliarmos o funcionamento dos gabinetes eleitorais a diferentes níveis, incluindo o processo de escolha do candidato da Frelimo para as eleições de 9 de outubro, como prioridade", afirmou Filipe Nyusi.

A sessão realiza-se numa altura em que Samora Machel Junior é o único nome tornado público com a intenção de apresentar a pré-candidatura às próximas eleições.

O analista político Moisés Mabunda diz que não vai ser nesta sessão que será conhecido o candidato da Frelimo, porque este ponto não está na agenda da sessão e a sua inclusão vai ser objeto de debates e entendimentos. Chegando-se à conclusão de que se inclui, essa já é outra discussão: como incluí-lo e o que é que se vai discutir; vai-se discutir nomes, perfil, critérios e isso leva tempo’’.

O também analista político, Paul Fauvet, afirma que nesta sessão o Comité Central não vai, provavelmente, eleger o seu candidato à sucessão de Filipe Nyusi na presidência do partido e na corrida à chefia do estado e avança que tal poderá ocorrer em maio, numa sessão extraordinária daquele órgão.

Fauvet é da opinião de que o órgão deveria reagir à intenção de Samora Machel Junior de apresentar a sua pré- candidatura e sublinha que a Frelimo tem dificuldades em escolher o seu candidato presidencial devido a "crises, divisões e dissidências internas que, Fauvet diz nunca ter querido "expor, mas que existem’’.

Por seu turno, o jornalista, Luis Nhachote, diz que a não indicação do sucessor de Filipe Nyusi está a gerar muitas especulações, "como, por exemplo, que o presidente pode declarar estado de guerra em Cabo Delgado e suspender a Constituição da República para se manter no poder".

‘’O Presidente Nyusi, no seu consulado, abriu um precedente que nunca houve na história da Frelimo, julgou o filho e praticamente toda a entourage do antigo presidente, Armando Guebuza, pouco tempo depois de sair do poder. Praticamente viu-se sentado no banco dos réus, pelo que o atual estadista precisa de garantias de que quem o vai suceder não o irá perseguir’’, realça o analista político.

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