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Moçambique: Evidente crise de sucessão na Renamo


Líder da Renamo, Ossufo Momade, ladeado por Manuel Araújo (esq) e Venâncio Mondlane (dir) na manifestação para "repor" a verdade eleitoral.
Líder da Renamo, Ossufo Momade, ladeado por Manuel Araújo (esq) e Venâncio Mondlane (dir) na manifestação para "repor" a verdade eleitoral.

Analistas políticos fazem leituras diferentes relativamente à atual situação na Renamo, uns afirmando tratar-se de um processo resultante das dinâmicas das recentes eleições municipais a que o partido não tem conseguido dar resposta e outros considerando ser uma crise relacionada à difículdades de encontrar um líder consensual.

Moçambique: Evidente crise de sucessão na Renamo
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O debate político moçambicano tem sido dominado pela situação que se vive na Renamo e que tem como protagonistas o seu atual presidente, Ossufo Momade, que parece não querer deixar o poder, e Venâncio Mondlane, que quer assumir a liderança do partido.

Esta situação tornou-se mais evidente sobretudo depois das eleições de Outubro, o que leva o analista Fernando Lima a afirmar que a direção da Renamo não tem mostrado capacidade de responder às dinâmicas dessas eleições, e refugia-se naquilo que são as opções lógicas, ou seja, há um líder e esse líder, à partida, por exemplo, é o candidato às presidenciais.

Lima anota que a Renamo tem que ser muito mais ambiciosa nas leituras que faz à atual dinâmica, e se quer ser o tal partido defensor da democracia que reivindica tem que estar atento a essas dinâmicas.

Ele diz que ‘’a Renamo deve abrir-se para que esteja melhor equipada para concorrer às eleições de Outubro, o que significa que se há outros contendores tem que haver um espaço de debate interno para que pessoas que querem concorrer às presidenciais tenham a hipótese para se apresentar’’.

Para o analista político Egidio Plácido, a Renamo está mergulhada numa crise que se arrasta desde a morte de Afonso Dhlakama, em 2018, “e agudiza-se agora pelo facto de aparecerem novas individualidades dentro do partido, que de forma aberta dizem que pretendem desafiar o atual líder da organização’’.

Por seu turno, o analista político Gil Anibal, considera também que as recentes declarações do porta- voz da Renamo, José Manteigas, de que Ossufo Momade é o candidato presidencial do partido, antes de ser eleito pelos órgãos partidário, traduzem uma crise.

Por outro lado, relativamente à pretensão de Venâncio Mondlane de liderar a Renamo, Fernando Lima, diz tratar-se de uma questão em aberto, mas recorda que a Renamo, no passado, perdeu algumas oportunidades exatamente por que não soube ler corretamente algumas dinâmicas.

Refira-se que o mandato de Ossufo Momade como presidente da Renamo termina esta quarta-feira, 17, e José Manteigas diz que as pessoas não se devem preocupar com isso, porque enquanto não se realizar o congresso, os órgãos eleitos no anterior congresso continua o seu mandato.

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