O reitor da Universidade Joaquim Chissano, Jamisse Taimo, em Moçambique, diz que o atual modelo de assistência às vitimas da violência armada em Cabo Delgado não resolve o problema dos deslocados, mas, pelo contrário, perpetua a situação de pedintes, porque muitos deles perderam tudo o que tinham na vida.
Outros especialistas defendem a integração económica desses deslocados e governador de Cabo Delgado apela à reconciliação na província.
Taimo entende que só projetos mais claros e concretos podem resolver a situação de milhares afetados pelo terrorismo em Cabo Delgado.
"Eu acho que é momento de nos mobilizarmos como sociedade para procurarmos estabelecer um programa permanente de assistência que possa garantir que depois de as pessoas saírem da situação de emergência não continuem pedintes".
O sociólogo e analista político João Feijó está de acordo e defende serem necessárias medidas, sobretudo no domínio socioeconómico, para colocar as pessoas a produzirem e integrá-las economicamente, ‘’porque não é sustentável estar a alimentar indefinidamente, milhares de pessoas’’.
Por seu lado, o empresário Assif Ossumane defende também a necessidade de a sociedade se mobilizar para prestar assistência às vitimas da violência em Cabo Delgado "porque temos famílias desmembradas e pessoas que perderam tudo o que tinham acumulado na vida, por causa desta guerra".
Mas a outra forma de resolver o problema é a reconciliação, que para o governador provincial de Cabo Delgado, Valigy Tauabo é possível, até porque, aponta, o Presidente Filipe Nyusi decretou um indulto para todos aqueles que abandonarem o terrorismo e regressarem às suas famílias.
Tauabo referiu que "muitos dos moçambicanos que tinham sido forçados a se juntarem aos grupos violentos, com o indulto declarado pelo Presidente da República regressaram e juntaram-se às suas famílias".
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