Os combates no norte de Moçambique têm ocasionalmente atravessado a fronteira com a Tanzânia, que enviou tropas para o país sob a égide da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).
"A Tanzânia sempre esteve do nosso lado, sempre se ofereceu para ajudar Moçambique no âmbito da SAMIM", disse o Presidente moçambicano Filipe Nyusi, referindo-se à missão da SADC.
"Nas nossas conversações, analisámos a forma como a nossa cooperação está a evoluir, porque somos dois países e temos um problema comum", disse Filipe Nyusi em observações transmitidas na rádio nacional.
Nyusi encontrou-se com a Presidente tanzaniana Samia Suluhu Hassan na cidade de Pemba, a capital provincial de Cabo Delgado, que a SADC e as forças ruandesas ajudaram Moçambique a recuperar dos insurgentes em Agosto.
Nenhum dos líderes revelou detalhes das suas conversações, mas Nyusi assinalou que queria um apoio continuado da região.
"Os terroristas atravessam a fronteira comum entre Moçambique e a Tanzânia", disse ele
"Estamos interessados numa abordagem mais dedicada ao problema".
"Vimos que o inimigo está a melhorar as suas técnicas". Queremos estudar como as nossas forças podem lidar com o inimigo, com o terrorismo". Em breve melhoraremos as nossas forças de combate", acrescentou ele.
Hassan disse quequis “ reafirmar o nosso compromisso com Moçambique".
"A Tanzânia está aqui para trabalhar em conjunto com Moçambique no nosso desenvolvimento e nos nossos assuntos de paz e segurança".
A insurreicao irrompeu em 2017, deixando pelo menos 3.500 mortos e cerca de 820.000 desalojados. As tácticas brutais dos insurgentes - incluindo decapitações, raptos em massa, e o incêndio de casas - abalaram a região.
As empresas internacionais de energia pararam os seus projectos multi-bilionários de gás natural em Cabo Delgado e evacuaram o seu pessoal.
Em Cabo Delgado localiza-se o maior investimento estrangeiro de sempre em África: 20 mil milhões de dólares pelo Total da França.
Mas os residentes na província maioritariamente muçulmana ainda não viram muitos benefícios tangíveis dos investimentos, que sentem fluir para o governo do país.
Hassan está a tentar impulsionar o próprio projecto de gás natural da Tanzânia, estimado em 30 mil milhões de dólares.
Tal como em Moçambique, o esquema envolveria a construção de um terminal de gás natural liquefeito (GNL) próximo de vastos depósitos de gás offshore.
(AFP)