As autoridades moçambicanas dizem que estão a trabalhar com a Tanzânia na luta contra os insurgentes em Cabo Delgado, porque disso depende a estabilidade regional.
Os insurgentes, que Maputo diz estarem ligados ao Estado Islâmico, iniciaram os ataques em 2017, tendo morto mais de 1500 pessoas e destruído inúmeras infraestruturas estatais, nos distritos do norte de Cabo Delgado, que faz fronteira com a Tanzânia. Há relatos de ataques também na parte tanzaniana.
“Os dois países estão conscientes de que devem estar juntos” na luta contra os insurgentes, disse o primeiro-ministro moçambique, Carlos Agostinho do Rosário, após o regresso da Tanzânia, onde participou na tomada de posse de John Magufuli.
Sem dar detalhes do que discutiu com as autoridades tanzanianas, Agostinho do Rosário disse que “trocamos pontos de vista em relação à situação política, de deslocados, de terrorismo em Moçambique”.
Tal cooperação, disse, é essencial para estabilizar a região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Mas várias vozes criticam a SADC por não intervir na luta contra o terrorismo em Moçambique, apesar de promessas nesse sentido.
“Eu não vejo a SADC a reagir de uma forma rápida”, disse à VOA o analista Simão Nhambe, que considera o bloco regional mais ativo em situações de desastres naturais.
Para Nhambe, a SADC “é organização moribunda, sem uma acão concreta para combater o terrorismo ou a violação dos direitos humanos na região”.