Alguns deslocados do terrorismo que assola a província moçambicana de Cabo Delgado, acolhidos no distrito de Erati, na província de Nampula, dizem que a assistência humanitária não chega a todos, o que leva famílias a ponderarem regressar às zonas de origem apesar do medo ainda existente.
Muitos dizem estar a passar fome, além de necessitaram de vestuário, cobertores e utensílios domésticos.
A assistência humanitária está dependente do registo dos deslocados nos cinco centros de acomodação instalados em seis escolas, mas que é descrito como muito moroso.
As reclamações dos deslocados chegaram à presidente do Instituto Nacional de Gestão de Riscos e Desastres, Luísa Meque, que visitou o local na quarta-feira, 28, e hoje reuniu o Comité Operativo de Emergência para se inteirar da disponibilidade dos parceiros.
O Governo e parceiros humanitários reconhecem que a assistência aos deslocados que se encontram agora no distrito de Erati ainda não é abrangente e justificam a situação com os trabalhos de levantamento dos números das vítimas da insurgência que está em curso.
Luísa Meque explica que, para além da assistência alimentar, também estão preocupados com assistência sanitária devido aos casos de diarreias e conjuntivite.
“Não podemos só estar virados para assistência alimentar, temos que estar também preocupados com a saúde, o abrigo, estas pessoas estão abrigadas em locais que nós sabemos como estão e nós temos que perceber quais são as condições dessas pessoas", afirma Meque.
O reapresentaste do Programa Mundial de Alimentos em Nampula, António Rafael, disse que a instituição já está a prestar assistência humanitária,
Ele frisou a necessidade de se conhecer o número dos deslocadas por forma a facilitar na ajuda humanitária .
"Muito preocupante para todos nós é a morosidade na distribuição, posso dizer que a nossa equipa foi dobrada para garantir a aceleração na distribuição da ajuda", disse.
Dados preliminares indicam que o destrito de Erati acolhe 33 mil deslocados oriundos do distrito de Chiure, na província de Cabo Delgado, que estão a viver em salas de aulas.
A situação forçou a interrupção das aulas nessas escolas, o que afetou perto de 13 mil alunos locais.
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