Analistas moçambicanos dizem que o Ministério Público está de má fé e com excesso de zelo ao pedir pena de prisão maior para um membro da Policia da República PRM) indiciado na prática de crimes de incitação à desobediência colectiva e a uma tentativa de golpe de Estado.
Trata-se de um membro da Unidade de Intervenção Rápida, de Inhambane, que é acusado de ter veiculado mensagens através da rede social Whatsapp, mobilizando outros membros da corporação a rebelarem-se contra os atrasos salariais e ameaçando tirar o Presidente da Republica, Filipe Nyusi, da Ponta Vermelha, bem como paralisar o país.
Para o jurista e analista político Egidio Plácido o Ministério Público está de ma fé, porque, pela forma como as coisas estão a ser apresentadas, não parece que o agente tenha de facto cometido o crime de que é acusado, realçando que a função do Ministério Público não é apenas acusar as pessoas; é também inocentar.
Aquele jurista referiu que ‘’pedir pena máxima me parece excesso de zelo; é uma mensagem de que o Ministério Público está a colaborar para questões políticas que visam criar um Estado de polícia, um Estado repreensivo recorrendo a questões judiciais.
Paul Fauvet, analista político e decano do jornalismo moçambicano, diz que o pedido do Ministério Público não faz sentido, porque está completamente fora daquilo que deve ser a perspectiva do sector da justiça.
Fauvet sublinhou que o descontentamento de polícias e militares por conta de atrasos salariais não é suficiente para haver golpe de Estado em Moçambique.
Mas Maurílio de Sousa, magistrado do Ministério Público, justificou o pedido de 30 anos de prisão maior com a necessidade de impedir que os outros que usam redes sociais difundam mensagens que promovam golpes de Estado.
O agente negou que tenha sido ele o autor das mensagens em causa.
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