Cândido Xerinda é natural de Maputo, Moçambique. A sua iniciação musical foi na Igreja Presbiteriana (Missão Suiça), no seu Chamanculo, bairro de parcos recursos, paredes-meia com a privilegiada zona de cimento.
Hoje, radicado na França, Xerinda está preocupado com a projecção da sua maior paixão, a música da terra natal.
Ele diz que “a música esteve sempre em paralelo com os estudos. O meu primeiro concerto foi aos 12 anos, acompanhei a mãe na igreja, ela cantando e eu tocando guitarra”.
Xerinda cresceu durante a crise que abalou Moçambique, após a independência, em 1975. O país estava em guerra e tinha a economia estagnada.
“Eu tinha entre 15 e 16 anos, não compreendia muita coisa, mas não era nada fácil andar nas bichas (filas), ficar o dia inteiro, dormir lá e muitas vezes não conseguir comprar nada,” recorda Xerinda.
No meio destas dificuldades, Xerinda concluiu os estudos secundários e avançou para o superior.
Na década de 1990, foi à Montpellier, França, onde fez estudos superiores e especializou-se em sociolinguística.
O plano iniciar era dar aulas de francês, mas Xerinda preferiu seguir a música e literatura. Tem cinco discos e dois livros, um em francês (Ximeliyana) e outro em português (A Lenda do Homem Papagaio).
Na música, trabalha, entre outros, com a francesa Cécilia, que é bastante elogiada em Moçambique por cantar em língua ronga, de Maputo.
Aos 51 anos de idade e longe da terra, Xerinda diz que a sua missão é ajudar a colocar a música de Moçambique no mapa.
Quanto à situação actual do país, diz que “o que preocupa é a situação da paz e a falta de emprego”.
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