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Ministros de Moçambique e da África do Sul reconhecem perdas no comércio e reforçam segurança nas fronteiras


Border officials inspect a burnt-out Mozambican border patrol vehicle at the border crossing in Lebombo, South Africa, Nov. 7, 2024.
Border officials inspect a burnt-out Mozambican border patrol vehicle at the border crossing in Lebombo, South Africa, Nov. 7, 2024.

Comunicado conjunto alerta que se a situação se mantiver, existe um grande perigo de insegurança alimentar e energética

Os ministros do Interior de Moçambique e das Relações Internacionais e da Cooperação da África do Sul decidiram manter a fronteira aberta e reforçar a segurança das infraestruturas que garantem o fluxo do comércio entre os dois países, que está a ser afetado pelos protestos que se registam em cidades moçambicanas desde 21 de outubro.

No encontro mantido em Malelane, na província sul-africana de Mpumalanga, nesta quarta-feira, 18, Pascoal Ronda e Ronald Lamola reconheceram que muitas empresas sofreram enormes perdas e que é urgente garantir que os protestos não afetem o comércio.

"A reunião salientou que estas perturbações tiveram um impacto negativo significativo nas economias de ambos os países e na livre circulação de pessoas e mercadorias entre os dois países”, afirmou o ministro moçambicano, que reconheceu que “muitas empresas sofreram perdas em resultado da interrupção do comércio e que “se a situação persistir existe um grande risco de insegurança alimentar e energética".

Reforço das fronteiras de Libombo e Ressano Garcia

O chefe da diplomacia sul-africana revelou que as duas delegações “concordaram que ambos os países se esforçarão por proteger e garantir a infraestrutura para a facilitação do comércio e a colaboração contínua visando garantir o mínimo de perturbação para a integração regional, incluindo as cadeias de valor transfronteiriças associadas".

Num primeiro momento, os dois governos decidiram que vão mitigar conjuntamente a perturbação nos postos de entrada, particularmente Libombo e Ressano Garcia".

Pascoal Ronda revelou que a crise pós-eleitoral foi apreciada no encontro porque também “afeta economicamente a África do Sul”.

"Nós falámos disso, explicámos, clarificámos, e neste momento aguardamos que o Conselho Constitucional faça o seu juízo final com base nos dados disponíveis para que comunique a todos os moçambicanos, à região e ao mundo, qual é o lugar histórico-político de cada um dos candidatos e de cada um dos partidos políticos, nos próximos dias estamos atentos para ouvir este resultado", disse o ministro do interior moçambicano.

Perigo de insegurança alimentar e energética

Num comunicado conjunto de cinco pontos, os dois governantes “elogiaram os esforços envidados por altos funcionários de vários departamentos e agências de ambos os lados para mitigar os efeitos negativos das perturbações na fronteira até à data”.

"A reunião destacou que estas perturbações tiveram um impacto negativo significativo nas economias de ambos os países e na livre circulação de pessoas e bens entre os nossos dois países, muitas empresas sofreram prejuízos como resultado da interrupção do comércio e se a situação se mantiver, existe um grande perigo de insegurança alimentar e energética", acrescenta o comunicado que concluiu dizendo que Maputo e Pretória "comprometeram-se a acelerar as ações para enfrentar os desafios infra-estruturais existentes nos nossos portos técnicos de entrada e melhorar a cooperação através do estabelecimento de uma equipa conjunta entre os dois países que implementará as decisões desta reunião”.

Além dos dois ministros, participaram na reunião responsáveis de departamentos e agências de ambos governos que lidam com as fronteiras e o comércio entre Moçambique e África do Sul.

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