A ministra moçambicana do Trabalho Vitória Diogo está na África do Sul num momento em que as relações entre os dois lados se encontram tensas devidos aos recentes episódios de xenofobia no país vizinho.
Esta visita de trabalho de quatro dias pretende negociar com o Governo sul-africano um acordo de protecção de 12 mil moçambicanos que trabalham nas plantações agrícolas, discutir com empresas mineiras e seguradoras o complexo processo de pensões dos mineiros e verificar o progresso do processo de emissão de passaportes biométricos para os cerca de 45 mil trabalhadores moçambicanos na indústria mineira e no sector agrícola.
Moçambique é fornecedor primário de mão-de-obra à indústria mineira sul-africana desde finais da década de 1880, logo depois da descoberta de ouro e diamantes na África do Sul.
No entanto, segundo a empresa de recrutamento de mão-de-obra para a indústria mineira sul-africana, Teba, criada em 1902, nos últimos 20 anos o número de trabalhadores estrangeiros tem estado a baixar devido a dois factores à nova legislação laboral na África do Sul que impõe quotas no processo contratação de trabalhadores e à introdução de novas tecnologias para exploração dos recursos minerais.
José Carimo, Director Regional da Teba, acredita entretanto que o dialogo entre os dois governos pode resolver alguns desafios que afectam o processo de novos recrutamentos de moçambicanos para a África do Sul.