Os ministros do Interior de Moçambique e da África do Sul, vão reunir-se na próxima quarta-feira, 8, para debater formas de conter a onda de violência contra cidadãos moçambicanos em território sul-africano, cujas implicações, segundo analistas, é a inimizade que se cria entre dois povos que se consideram irmãos.
A ministra moçambicana do Interior, Arsénia Massingue, disse que equipas técnicas dos dois países, reuniram, no fim-de-semana, em Maputo, para preparar o encontro ministerial, na África do Sul, que terá como objectivo fundamental, discutir a violência contra moçambicanos, que é uma situação muito crítica.
"Temos que encontrar uma solução para esta situação que afecta os moçambicanos na África do Sul", disse a governante, acrescentando que Moçambique leva para o encontro, "esta situação de queima de viaturas de moçambicanos, alegadamente porque há roubos na África do Sul".
Massingue frisou que "queremos saber que medidas estão a ser tomadas para estancar este mal, e permitir que os nossos concidadãos possam continuar a fazer o seu trabalho de transporte e de compras; queremos continuar a ter um bom relacionamento com a África do Sul, mas é preciso que haja um bom tratamento aos moçambicanos".
Dados oficiais indicam que reduziu o número de moçambicanos que entram na África do Sul através do posto fronteiriço da Ponta de Ouro, e o analista político Lucas Ubisse, diz que isso se deve ao medo que as pessoas têm de ser atacadas, sobretudo na região de Kwazulu Natal.
"Eu penso que as lideranças políticas dos dois países devem avaliar, seriamente, esta situação de violência, que está a criar inimizade entre os povos de Moçambique e da África do Sul, que até muito recentemente se consideravam irmãos", destacou aquele analista.
Para o investigador Borges Namire, uma das implicações da presente onda de violência contra moçambicanos, é exactamente esta inimizade entre cidadãos dos dois países, "porque a dor que se sente da parte dos moçambicanos é muito profunda".
Nhamirre disse que esta violência "cria uma grande fenda nas relações entre os povos de Moçambique e da África do Sul, que vai ter efeitos a longo prazo", sublinhando que do ponto de vista prático, isto vai significar menos moçambicanos a deslocarem-se àquele país vizinho para negócios ou outras actividades.
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